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Análise às possibilidades do Ferroviário da Beira na BAL: procurar competitvidade no início para atacar a qualificação ao play-off

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O sorteio da conferência NILO, para a 3a temporada da Basketball Africa League ditou os cruzamentos do Ferroviário da Beira com Al Ahly, do Egipto e Petro de Luanda, de Angola, nas duas primeiras jornadas da competição.

 

ANÁLISE DE NORBERTO MUCOPA 

 

Ora, o primeiro e o segundo jogo do representante moçambicano já aconteceu, tal como se realizaram todas outras partidas referentes à primeira jornada. Os resultados e as performances das equipas foram reveladoras.

Num pedestal elevado estão duas equipas (Al Ahly e Petro de Luanda), bem rotinadas, muito competitivas e com equilíbrio nas opções. As outras colectividades (Cape Town Tigers, da África do Sul, venceu na primeira jornada; o Ferroviário da Beira, de Moçambique; City Oilers, do Uganda e SLAC – Seydou Legacy Atlhétique Club, da Guine-Conacri, perderam na estreia) têm muito por ajustar.

Essa melhoria acontecerá forçosamente enquanto estiver a decorrer a competição. É nessa particularidade que os locomotivas do Chiveve poderão caber e até tirar proveito do calendário, caso consigam gerir o desgaste físico e emocional, que surgirá por defrontar, logo no início, as formações mais aguerridas do evento.

É um risco elevado que poderá representar um perigo de deitar abaixo todo um projecto à dimensão continental, incluindo os seus investimentos, desde o financeiro até ao material e da atenção às energias dispensadas, para além do tempo que é dedicado. A equipa técnica e a estrutura de gestão deverão desenvolver esforços e acções para evitar que o moral dos atletas e do colectivo, no seu todo, seja abalado.

Pela diferença que ficou visível em relação aos adversários dos dois primeiros jogos, a disputa com estes tem de constituir uma oportunidade para aquilatar os índices competitivos, procurando ter uma boa produção e quiçá alcançar bons resultados.

Com maior exigência e para que a qualificação à fase final da BAL seja uma realidade, os locomotivas do Chive deverão obrigar-se, a si mesmos, vencer os jogos com o SLAC, Cape Town Tigers e City Oilers, adversários que estão ao seu alcance em muitos aspectos, como se indica a seguir:

 

1. Volume de produção – o primeiro jogo de cada uma destas equipas teve uma pontuação máxima em torno de 68 a 75 pontos, o que indica que a capacidade de produção e concretização delas está muito próxima. A nota que se acresce é do contexto em que produziram. Neste particular, fica a impressão de que o Ferroviário da Beira e City Oilers tiveram o maior grau de dificuldades devido a qualidade dos adversários que enfrentaram.
2. Composição do plantel  - o Al Ahly e Petro de Luanda são representantes de países cujas selecções seniores masculinas garantiram, em Fevereiro deste ano, a qualificação para o campeonato mundial, co-organizado pelo Japão e Filipinas. Alguns jogadores destas equipas estiveram ao serviço dos respectivos combinados nacionais. SLAC e City Oilers representam países que também estiveram nas qualificativas em referência, embora não tenham conseguido o apuramento, mas os seus jogadores que também são do espaço selecção, tiveram rodagem competitiva internacional. O Ferroviário da Beira e  o Cape Town Tigers são representantes de países cujas selecções não participaram dos  torneios de apuramento para o Campeonato Mundial.  
3. Capacidade para exponenciar o plantel – Al Ahly e Petro de Luanda têm jogadores mais rotinados com as provas internacionais, incluindo a participação em campeonatos mundiais, para além da participação regular em provas internacionais de clubes. O Petro de Luanda é o totalista da BAL e tem em comum com o Al Ahly o facto de terem conquistado a competição de clubes campões africanos anterior à BAL. O campeão egípcio venceu também a liga árabe (2021). Estes dois clubes chegaram ao nível em que só contratam jogadores com a garantia de que vão acrescentar valor às suas equipas. Coincidentemente, nesta temporada da BAL, as duas equipas têm no seu plantel 3 estrangeiros, embora o regulamento da competição permita mais um atleta. As restantes equipas contrataram, efectivamente, 4 estrangeiros.  
4. Organização interna dos respectivos países de origem – independentemente da capacidade financeira dos clubes para contratar jogadores, sejam internos ou estrangeiros, incluindo treinadores de maior traquejo, a situação interna dos países que representam, no que diz respeitos à realização de provas regulares e competitivas influencia no seu desempenho. Angola e Egípto são dos poucos bons exemplos em África, no que diz respeito à movimentação da modalidade de basquetebol, com a expressão máxima de manter a regularidade e competitividade das suas ligas nacionais. O Uganda está a seguir o exemplo, não sendo o caso de Moçambique, África do Sul e a Guine-Conacri que estão sem competições internas.
5. Competência das equipas técnicas – diz respeito ao tarimba que os treinadores têm e evidenciam no decorrer desta prova. No decorrer das partidas ocorrem variações de tácticas e situações que exigem atenção máxima para o treinador não deixar o momento do jogo ao critério dos jogadores, apenas. As vezes fica-se com a impressão de que o treinador confia num certo jogador enquanto, na verdade, nada pode fazer por falta de um plano alternativo para a situação. É importante que os treinadores conheçam bem as capacidades dos seus pupilos e os ajudem a sair da zona de conforto. A título de exemplo, vimos no jogo entre o Ferroviário da Beira e Al Ahly em que o adversário veio determinado para ganhar vantagem logo no primeiro quarto de jogo e para isso fez a devida análise à equipa locomotiva, o que resultou na anulação do base William Perry, a referência da colectividade, fortemente importunado, contrariado e sem espaço para municiar as jogadas. A equipa técnica dos locomotivas não reagiu, de imediato, nem com a variação táctica, nem com substituição. A consequência disso foi o descalabro. O adversário conseguiu uma margem confortável e ficou a fazer a gestão da diferença nos 3 quartos subsequentes. Significa que houve astúcia da equipa técnica dos egípcios, enquanto a dos moçambicanos se manteve limitada. A outra equipa técnica astuta nesta competição é do Petro de Luanda.

Nesta ordem, acredita-se que o Ferroviário da Beira disputará a qualificação a outra fase da BAL com as equipas do SLAC, Cape Town City e City Oilers. As vitórias nessas partidas vão se traduzir em reais possibilidade de seguir em frente.        

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