Um dos grandes déficits do basquetebol moçambicano reside em interpretar as técnicas do jogo da posição, habitualmente destinada ao dito jogador alto. Este défice agrava-se pelo facto de escasseiam as ditas "torres altas” que beneficiando da sua envergadura, interpretam o jogo na posição de poste com muita facilidade.
Por Redacção LanceMZ
Foi tendo em conta esta 'pecha' que o Pavilhão da Universidade Eduardo Mondlane foi palco no último sábado, 14 de maio, pela manhã, de um “clinic” destinado a jogadores de basquetebol que actuam nas posições 4 e 5.
O evento foi organizado pela Escola Moçambicana de Basquetebol, coordenada pelo treinador Leonel “Mabe” Manhique, que acumula no seu palmarés vários títulos nacionais desde os escalões de formação aos seniores e um de Campeão Africano pelo Ferroviário de Maputo.
“Esta iniciativa surge para contribuir para o desenvolvimento do basquetebol nacional, nós os treinadores estamos a fazer o nosso trabalho, mas precisamos da experiência dos jogadores de nível internacional para que possam transmitir aos jogadores mais novos, sobretudo para motivá-los a trabalharem mais e melhorarem as suas deficiências, sobretudo nas posições 4 e 5, visto que notamos muito défice nas técnicas nessa posição importante no jogo”, considerou Leonel Manhique.
A iniciativa contou com a participação, como prelectores, de antigas estrelas da modalidade como Ilidio Caifaz, Custódio Muchate e Octávio Magoliça, que brilharam pela selecção nacional de basquetebol em épocas distintas.
internacionais Tamara e Leia Dongue na iniciativa
Ilídio Caifaz, o mais velhos dos participantes neste clinic considerou ser importante transmitir a experiências “sobre aquilo que nós consideramos que sao os nossos segredos a jogar nessa posição, vi com entusiasmo a participação de jogadores mais novos que não me viram jogar, mas gostaram do que fomos transmitindo, pelo que acredito a continuar este tipo de trabalho teremos jogadores mais habilidosos na posição 4 e %”.
Leia Dongue e Tamra Seda foram duas jogadoras que aceitaram participar nesta iniciativa. Ambas a jogar em Espanha, na Liga Profissional daquele país, consideraram importante este tipo de iniciativa.
“Foi uma iniciativa de louvar, recebi com agrado o convite da treinador Leonel Manhique, estivemos aqui a apreender com jogadores mais velhos e retirados e nós também transmitimos a nossa experiência”, começou por dizer Tamara Seda, para depois acrescentar que “é importante os treinadores e jogadores participarem nestas iniciativas, visto que no treino não temos tido tempo para aprimorar a técnica individual”.
Refira-se que a Escola Moçambicana de Basquetebol pretende realizar este tipo de iniciativa também envolvendo os escalões de formação, em coordenação com o Comité Moçambicano de Minibasquetebol e segundo o treinador Ernesto Matombe “é importante estabelecer uma conexão entre os colegas, que não devem a trabalhar como ilhas e que se encontre uma forma de jogar que seja mesmo à moçambicana, visto que não temos jogadores com jogadores de elevada estatura para essa posição”. (LANCEMZ)