Clube Desportos da Maxaquene assinala este sábado, 6 de Maio, 103 anos desde a sua fundação. Para assinalar a efeméride, a Direcção “tricolor” presidida por Abraão Muianga preparou um vasto programa desportivo, cultural e uma feira de saúde que vai ter lugar nas instalações do clube que atravessa uma profunda crise financeira sem precedentes.
Por Redacção LanceMZ
O objectivo deste festival desportivo visa não só recordar a data de criação do clube que outrora já ostentou o nome de Sporting de Lourenço Marques, mas também resgatar a mística da colectividade, envolvendo sócios, adeptos e simpatizantes, bem como reflectir sobre o futuro do clube que já trouxe muitas glórias ao panorama desportivo nacional.
“A ideia é nós chamarmos todos sócios, adeptos e simpatizantes, vizinhos e todos que se familiarizam com este clube para estarem presentes de forma a confraternizarmos, momento que será usado para fazermos parcerias e vamos fazer uma reflexão conjunta para ver como podemos recuperar este monstro do desporto moçambicano e que possa a voltar para o estágio e patamar que já esteve no passado”, referiu Alberto de Deus, membro da comissão organizadora dos festejos.
As festividades iniciarão por voltas das 8 horas deste sábado com uma caminhada que dará a volta pelo quarteirão do Centro de Manutenção Física do António Repinga regressando à sede do clube onde estão previstas diversas actividades desde aeróbica, futebol, basquetebol e andebol dos escalões de iniciação aos veteranos do Maxaquene, destacando-se um jogo entre antigas glórias dos “tricolores” e do Ferroviário de Maputo.
Na ocasião serão homenageados algumas das figuras que marcaram o Maxaquene tanto no futebol assim como no basquetebol, as duas modalidades mais afamadas no clube centenário. Aliás, algumas dessas figuras vão corporizar os jogos que terão lugar, são os casos de Nuro Americanos, Ferreira, Cachela, Macamo, Macamito e outros craques de outrora que brilharam nos campos de futebol, bem como Belmiro Simango, Ernesto “Madoda” Júnior, Aníbal e Aurélia Manave, os irmãos de Deus, Esperança Sambo, Benilde Nhalivilo, entre outros craques que brilharam na bola-ao-cesto do Maxaquene.
CLUBE BUSCA SOLUÇÕES PARA CRISE FINANCEIRA
O Maxaquene celebra os seus 103 anos da sua fundação mergulhado numa crise financeira que afectou a capacidade desportiva da colectividade que anda longe dos títulos em todas modalidades, bem com reduziu o número das que são práticas na colectividade que foi uma das mais ecléticas do desporto moçambicano.
De acordo com dados apresentados na última Assembleia Geral decorrida em Agosto do ano passado, o Clube Desportos da Maxaquene tem um passivo elevado a que a nova direcção terá que lidar com ela. Até 31 de Dezembro de 2021, dados que tivemos acesso indicam que a dívida com trabalhadores estava situada em 34 milhões de Meticais, para com o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) era de 6.8 milhões e para com outros credores estava estimada em 31,6 milhões, fazendo que nessa altura o passivo estivesse na casa dos 72.4 milhões de Meticais.
Estes e outros assuntos considerados de quentes estão a ser analisados pela Direcção eleita em Agosto último e que está a fazer um trabalho para reerguer este monstro do desporto nacional.
“Foram seis meses de trabalho interno, tínhamos que ver o que existe no clube e o que existe de passivo do clube. Esse trabalho já está feito, dentro de alguns dias vamos apresentar o plano estratégico daquilo que é a nossa ideia para o mandato de quatros anos”, disse Alberto de Deus.
Os 103 anos do clube “tricolor” assinalam-se numa altura em que as empresas integradoras, nomeadamente, LAM – Linhas Aéreas de Moçambique e ADM- Aeroportos de Moçambique, estão em crise e não tem estado a dar o contributo financeiro como outrora, para além de terem cortado o apoio que prestavam aquando da eleição de Arlindo Mapande para o cargo de Presidente. (LANCEMZ)
